Daniel 2:1-49

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1 E no segundo ano do reinado de Nabucodonosor, Nabucodonosor teve sonhos; e o seu espírito se perturbou, e passou-se-lhe o sono.

2 Então o rei mandou chamar os magos, os astrólogos, os encantadores e os caldeus, para que declarassem ao rei os seus sonhos; e eles vieram e se apresentaram diante do rei.

3 E o rei lhes disse: Tive um sonho; e para saber o sonho está perturbado o meu espírito.

4 E os caldeus disseram ao rei em aramaico: Ó rei, vive eternamente! Dize o sonho a teus servos, e daremos a interpretação.

5 Respondeu o rei, e disse aos caldeus: O assunto me tem escapado; se não me fizerdes saber o sonho e a sua interpretação, sereis despedaçados, e as vossas casas serão feitas um monturo;

6 Mas se vós me declarardes o sonho e a sua interpretação, recebereis de mim dádivas, recompensas e grande honra; portanto declarai-me o sonho e a sua interpretação.

7 Responderam segunda vez, e disseram: Diga o rei o sonho a seus servos, e daremos a sua interpretação.

8 Respondeu o rei, e disse: Percebo muito bem que vós quereis ganhar tempo; porque vedes que o assunto me tem escapado.

9 De modo que, se não me fizerdes saber o sonho, uma só sentença será a vossa; pois vós preparastes palavras mentirosas e perversas para as proferirdes na minha presença, até que se mude o tempo; portanto dizei-me o sonho, para que eu entenda que me podeis dar a sua interpretação.

10 Responderam os caldeus na presença do rei, e disseram: Não há ninguém sobre a terra que possa declarar a palavra ao rei; pois nenhum rei há, grande ou dominador, que requeira coisas semelhantes de algum mago, ou astrólogo, ou caldeu.

11 Porque o assunto que o rei requer é difícil; e ninguém há que o possa declarar diante do rei, senão os deuses, cuja morada não é com a carne.

12 Por isso o rei muito se irou e enfureceu; e ordenou que matassem a todos os sábios de babilônia.

13 E saiu o decreto, segundo o qual deviam ser mortos os sábios; e buscaram a Daniel e aos seus companheiros, para que fossem mortos.

14 Então Daniel falou avisada e prudentemente a Arioque, capitão da guarda do rei, que tinha saído para matar os sábios de babilônia.

15 Respondeu, e disse a Arioque, capitão do rei: Por que se apressa tanto o decreto da parte do rei? Então Arioque explicou o caso a Daniel.

16 E Daniel entrou; e pediu ao rei que lhe desse tempo, para que lhe pudesse dar a interpretação.

17 Então Daniel foi para a sua casa, e fez saber o caso a Hananias, Misael e Azarias, seus companheiros;

18 Para que pedissem misericórdia ao Deus do céu, sobre este mistério, a fim de que Daniel e seus companheiros não perecessem, juntamente com o restante dos sábios da Babilônia.

19 Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite; então Daniel louvou o Deus do céu.

20 Falou Daniel, dizendo: Seja bendito o nome de Deus de eternidade a eternidade, porque dele são a sabedoria e a força;

21 E ele muda os tempos e as estações; ele remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos entendidos.

22 Ele revela o profundo e o escondido; conhece o que está em trevas, e com ele mora a luz.

23 Ó Deus de meus pais, eu te dou graças e te louvo, porque me deste sabedoria e força; e agora me fizeste saber o que te pedimos, porque nos fizeste saber este assunto do rei.

24 Por isso Daniel foi ter com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para matar os sábios de babilônia; entrou, e disse-lhe assim: Não mates os sábios de babilônia; introduze-me na presença do rei, e declararei ao rei a interpretação.

25 Então Arioque depressa introduziu a Daniel na presença do rei, e disse-lhe assim: Achei um homem dentre os cativos de Judá, o qual fará saber ao rei a interpretação.

26 Respondeu o rei, e disse a Daniel (cujo nome era Beltessazar): Podes tu fazer-me saber o sonho que tive e a sua interpretação?

27 Respondeu Daniel na presença do rei, dizendo: O segredo que o rei requer, nem sábios, nem astrólogos, nem magos, nem adivinhos o podem declarar ao rei;

28 Mas há um Deus no céu, o qual revela os mistérios; ele, pois, fez saber ao rei Nabucodonosor o que há de acontecer nos últimos dias; o teu sonho e as visões da tua cabeça que tiveste na tua cama são estes:

29 Estando tu, ó rei, na tua cama, subiram os teus pensamentos, acerca do que há de ser depois disto. Aquele, pois, que revela os mistérios te fez saber o que há de ser.

30 E a mim me foi revelado esse mistério, não porque haja em mim mais sabedoria que em todos os viventes, mas para que a interpretação se fizesse saber ao rei, e para que entendesses os pensamentos do teu coração.

31 Tu, ó rei, estavas vendo, e eis aqui uma grande estátua; esta estátua, que era imensa, cujo esplendor era excelente, e estava em pé diante de ti; e a sua aparência era terrível.

32 A cabeça daquela estátua era de ouro fino; o seu peito e os seus braços de prata; o seu ventre e as suas coxas de cobre;

33 As pernas de ferro; os seus pés em parte de ferro e em parte de barro.

34 Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mão, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.

35 Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como pragana das eiras do estio, e o vento os levou, e não se achou lugar algum para eles; mas a pedra, que feriu a estátua, se tornou grande monte, e encheu toda a terra.

36 Este é o sonho; também a sua interpretação diremos na presença do rei.

37 Tu, ó rei, és rei de reis; a quem o Deus do céu tem dado o reino, o poder, a força, e a glória.

38 E onde quer que habitem os filhos de homens, na tua mão entregou os animais do campo, e as aves do céu, e fez que reinasse sobre todos eles; tu és a cabeça de ouro.

39 E depois de ti se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, de bronze, o qual dominará sobre toda a terra.

40 E o quarto reino será forte como ferro; pois, como o ferro, esmiúça e quebra tudo; como o ferro que quebra todas as coisas, assim ele esmiuçará e fará em pedaços.

41 E, quanto ao que viste dos pés e dos dedos, em parte de barro de oleiro, e em parte de ferro, isso será um reino dividido; contudo haverá nele alguma coisa da firmeza do ferro, pois viste o ferro misturado com barro de lodo.

42 E como os dedos dos pés eram em parte de ferro e em parte de barro, assim por uma parte o reino será forte, e por outra será frágil.

43 Quanto ao que viste do ferro misturado com barro de lodo, misturar-se-ão com semente humana, mas não se ligarão um ao outro, assim como o ferro não se mistura com o barro.

44 Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo subsistirá para sempre,

45 Da maneira que viste que do monte foi cortada uma pedra, sem auxílio de mãos, e ela esmiuçou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro; o grande Deus fez saber ao rei o que há de ser depois disto. Certo é o sonho, e fiel a sua interpretação.

46 Então o rei Nabucodonosor caiu sobre a sua face, e adorou a Daniel, e ordenou que lhe oferecessem uma oblação e perfumes suaves.

47 Respondeu o rei a Daniel, e disse: Certamente o vosso Deus é Deus dos deuses, e o Senhor dos reis e revelador de mistérios, pois pudeste revelar este mistério.

48 Então o rei engrandeceu a Daniel, e lhe deu muitas e grandes dádivas, e o pôs por governador de toda a província de babilônia, como também o fez chefe dos governadores sobre todos os sábios de babilônia.

49 E pediu Daniel ao rei, e constituiu ele sobre os negócios da província de babilônia a Sadraque, Mesaque e Abednego; mas Daniel permaneceu na porta do rei.

1 No segundo ano de seu reinado, Nabucodonosor teve sonhos; sua mente ficou tão perturbada que ele não conseguia dormir.

2 Por isso o rei convocou os magos, os encantadores, os feiticeiros e os astrólogos para que lhe dissessem o que ele havia sonhado. Quando eles vieram e se apresentaram ao rei,

3 ele lhes disse: "Tive um sonho que me perturba e quero saber o que significa".

4 Então os astrólogos responderam em aramaico ao rei: "Ó rei, vive para sempre! Conta o sonho aos teus servos, e nós o interpretaremos".

5 O rei respondeu aos astrólogos: "Esta é a minha decisão: Se vocês não me disserem qual foi o meu sonho e não o interpretarem, farei que vocês sejam cortados em pedaços e que as suas casas se tornem montes de entulho.

6 Mas, se me revelarem o sonho e o interpretarem, eu lhes darei presentes e recompensas e grandes honrarias. Por isso, revelem-me o sonho e a sua interpretação".

7 Mas eles tornaram a dizer: "Conte o rei o sonho a seus servos, e nós o interpretaremos".

8 Então o rei respondeu: "Já descobri que vocês estão tentando ganhar tempo, pois sabem da minha decisão.

9 Se não me contarem o sonho, todos vocês receberão a mesma sentença; pois vocês combinaram enganar-me com mentiras, esperando que a situação mudasse. Contem-me o sonho, e saberei que vocês são capazes de interpretá-lo para mim".

10 Os astrólogos responderam ao rei: "Não há homem na terra que possa fazer o que o rei está pedindo! Nenhum rei, por maior e mais poderoso que tenha sido, chegou a pedir uma coisa dessas a nenhum mago, encantador ou astrólogo.

11 O que o rei está pedindo é difícil demais; ninguém pode revelar isso ao rei, senão os deuses, e eles não vivem entre os mortais".

12 Isso deixou o rei tão irritado e furioso que ele ordenou a execução de todos os sábios da Babilônia.

13 E assim foi emitido o decreto para que fossem mortos os sábios; os encarregados saíram à procura de Daniel e dos seus amigos, para que também fossem mortos.

14 Arioque, o comandante da guarda do rei, já se preparava para matar os sábios da Babilônia, quando Daniel dirigiu-se a ele com sabedoria e bom senso.

15 Ele perguntou ao oficial do rei: "Por que o rei emitiu um decreto tão severo? " Arioque explicou o motivo a Daniel.

16 Diante disso, Daniel foi pedir ao rei que lhe desse um prazo, e ele daria a interpretação.

17 Daniel voltou para casa, contou o problema aos seus amigos Hananias, Misael e Azarias,

18 e lhes pediu que rogassem ao Deus dos céus que tivesse misericórdia acerca desse mistério, para que ele e seus amigos não fossem executados com os outros sábios da Babilônia.

19 Então o mistério foi revelado a Daniel de noite, numa visão. Daniel louvou o Deus dos céus

20 e disse: "Louvado seja o nome de Deus para todo o sempre; a sabedoria e o poder a ele pertencem.

21 Ele muda as épocas e as estações; destrona reis e os estabelece. Dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos que sabem discernir.

22 Revela coisas profundas e ocultas; conhece o que jaz nas trevas, e a luz habita com ele.

23 Eu te agradeço e te louvo, ó Deus dos meus antepassados; tu me deste sabedoria e poder, e me revelaste o que te pedimos, revelaste-nos o sonho do rei".

24 Então Daniel foi falar com Arioque, a quem o rei tinha nomeado para executar os sábios da Babilônia, e lhe disse: "Não execute os sábios. Leve-me ao rei, e eu interpretarei para ele o sonho que teve".

25 Imediatamente Arioque levou Daniel ao rei e disse: "Encontrei um homem entre os exilados de Judá que pode dizer ao rei o significado do sonho".

26 O rei perguntou a Daniel, também chamado Beltessazar: "Você é capaz de contar-me o que vi no meu sonho e interpretá-lo? "

27 Daniel respondeu: "Nenhum sábio, encantador, mago ou adivinho é capaz de revelar ao rei o mistério sobre o qual ele perguntou,

28 mas existe um Deus nos céus que revela os mistérios. Ele mostrou ao rei Nabucodonosor o que acontecerá nos últimos dias. O sonho e as visões que passaram por tua mente quando estavas deitado foram os seguintes:

29 "Quando estavas deitado, ó rei, tua mente se voltou para as coisas futuras, e aquele que revela os mistérios te mostrou o que vai acontecer.

30 Quanto a mim, esse mistério não me foi revelado porque eu tenha mais sabedoria do que os outros homens, mas para que tu ó rei, saibas a interpretação e entendas o que passou pela tua mente.

31 "Tu olhaste, ó rei, e diante de ti estava uma grande estátua: uma estátua enorme, impressionante, e sua aparência era terrível.

32 A cabeça da estátua era feita de ouro puro, o peito e o braço eram de prata, o ventre e os quadris eram de bronze,

33 as pernas eram de ferro, e os pés eram em parte de ferro e em parte de barro.

34 Enquanto estavas observando, uma pedra soltou-se, sem auxílio de mãos, atingiu a estátua nos pés de ferro e de barro e os esmigalhou.

35 Então o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro foram despedaçados, viraram pó, como o pó da debulha do trigo na eira durante o verão. O vento os levou sem deixar vestígio. Mas a pedra que atingiu a estátua tornou-se uma montanha e encheu a terra toda.

36 "Foi esse o sonho, e nós o interpretaremos para o rei.

37 Tu, ó rei, és rei de reis. O Deus dos céus te tem dado domínio, poder, força e glória;

38 nas tuas mãos ele colocou a humanidade, os animais selvagens e as aves do céu. Onde quer que vivam, ele fez de ti o governante deles todos. Tu és a cabeça de ouro.

39 "Depois de ti surgirá um outro reino, inferior ao teu. Em seguida surgirá um terceiro reino, reino de bronze, que governará sobre toda a terra.

40 Finalmente, haverá um quarto reino, forte como o ferro, pois o ferro quebra e destrói tudo; e assim como o ferro a tudo despedaça, também ele destruirá e quebrará todos os outros.

41 Como viste, os pés e os dedos eram em parte de barro e em parte de ferro. Isso quer dizer que esse será um reino dividido, mas ainda assim terá um pouco da força do ferro, embora tenhas visto ferro misturado com barro.

42 Assim como os dedos eram em parte de ferro e em parte de barro, também esse reino será em parte forte e em parte frágil.

43 E, como viste, o ferro estava misturado com o barro. Isso quer dizer que se procurará fazer alianças políticas por meio de casamentos, mas essa união não se firmará, assim como o ferro não se mistura com o barro.

44 "Na época desses reis, o Deus dos céus estabelecerá um reino que jamais será destruído e que nunca será dominado por nenhum outro povo. Destruirá todos esses reinos e os exterminará, mas esse reino durará para sempre.

45 Esse é o significado da visão da pedra que se soltou de uma montanha, sem auxílio de mãos, pedra que esmigalhou o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. "O Deus poderoso mostrou ao rei o que acontecerá no futuro. O sonho é verdadeiro, e a interpretação é fiel".

46 Então o rei Nabucodonosor caiu prostrado diante de Daniel, prestou-lhe honra e ordenou que lhe fosse apresentada uma oferta de cereal e incenso.

47 O rei disse a Daniel: "Não há dúvida de que o seu Deus é o Deus dos deuses, o Senhor dos reis e aquele que revela os mistérios, pois você conseguiu revelar esse mistério".

48 Então o rei colocou Daniel num alto cargo e o cobriu de presentes. Ele o designou governante de toda a província da Babilônia e o encarregou de todos os sábios da província.

49 Além disso, a pedido de Daniel, o rei nomeou Sadraque, Mesaque e Abede-Nego administradores da província da Babilônia, enquanto o próprio Daniel permanecia na corte do rei.

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1 No segundo ano de seu governo, o rei Nabucodonosor teve sonhos que lhe perturbaram sobremaneira. Seu espírito ficou tão aflito que já não podia mais conciliar o sono.

2 Então o rei mandou chamar seus magos, adivinhos, encantadores, feiticeiros, místicos e astrólogos para que lhe dissessem qual o significado daqueles pesadelos. Vieram apressadamente e se apresentaram diante do rei.

3 E o rei lhes contou: “Eis que tive um sonho, e estou muito aflito para saber o que sonhei? Qual o significado ou a mensagem desse pesadelo?

4 Então os caldeus e astrólogos passaram a falar em aramaico e lhe garantiram: “Ó rei, vive para sempre! Conta, pois, o sonho que tiveste aos teus servos, e nós o interpretaremos para ti!”

5 Então o rei afirmou aos seus conselheiros e astrólogos: “Esta é minha decisão: se não me contardes o sonho que tive e sua correta interpretação, mandarei que sejais partidos em pedaços, e as vossas casas se tornarão um monte de entulho queimado!

6 Entretanto, se me revelardes o sonho e seu significado, recebereis de mim a melhor das recompensas, muitos presentes e grande honra. Sendo assim, agora dizei-me claramente tudo quanto sonhei e sua correta interpretação!”

7 Mas os conselheiros titubearam e tornaram a pedir ao rei: “Ó majestade, conte o rei o sonho a teus servos, e te revelaremos o que ele quer dizer!”

8 O rei, contudo, lhes declarou: “Já percebi que, na verdade, quereis ganhar tempo, porquanto temeis o que decretei fazer-vos.

9 Agora, se não me contardes o que sonhei, recebereis a mesma sentença, pois preparastes palavras fraudulentas, mentirosas e malignas para dizer na minha presença, na esperança de que o tempo se encarregue de acalmar a situação. Portanto, sem demora, contai-me o que sonhei, a fim de que eu tenha certeza que sois capazes de desvendá-lo corretamente!”

10 Então os conselheiros e astrólogos foram categóricos, afirmando: “Não há nenhum ser humano sobre a terra que tenha o poder de cumprir à risca esta ordem do rei! Aliás, nenhum rei, por maior e mais poderoso que fosse, jamais exigiu de um mago, místico ou astrólogo algo parecido com o teu pedido.

11 O que vossa majestade exige é difícil demais; tanto que ninguém é capaz de revelar isso ao rei, senão somente os deuses, e eles não vivem em carne como os mortais!”

12 Essa declaração deixou o rei tão irado e enfurecido que ele, ali mesmo, ordenou a execução sumária de todos os místicos e magos da Babilônia.

13 E assim foi proclamado um decreto real para que fossem mortos todos os sábios. E, por isso, Daniel e seus amigos foram procurados pelos encarregados do rei, para que também fossem executados.

14 Quando Arioque, o comandante da guarda do rei, saiu para matar os sábios da Babilônia, Daniel falou com ele de modo prudente e sensato.

15 E Daniel perguntou a Arioque, o oficial do rei: “Por que o rei baixou um decreto tão drástico e urgente?” Ao que Arioque explicou o motivo a Daniel.

16 Diante disso, Daniel pediu para se apresentar diante do rei e rogou-lhe um prazo, ao fim do qual ele daria ao rei a revelação que estava buscando.

17 Então Daniel foi dispensado e voltando para casa relatou tudo o que ocorrera aos seus amigos, Hananias, Misael e Azarias,

18 e lhes pediu que suplicassem ao Deus dos céus que tivesse misericórdia acerca desse mistério, a fim de que ele e seus amigos não fossem mortos juntamente com os outros sábios da Babilônia.

19 Então o mistério foi revelado a Daniel durante a noite, por meio de uma visão. Daniel louvou o Deus dos céus, dizendo em aramaico:

20 “Seja bendito Elah! O nome de Deus para todo o sempre, porque a sabedoria e a força a Ele pertencem!

21 Ele muda as épocas e as estações; destrona reis e os estabelece. Dá sabedoria aos verdadeiros sábios e entendimento aos que buscam discernir e conhecer.

22 Revela mistérios profundos e enigmas ocultos; conhece o que jaz nas trevas, e a luz habita nele em todo o seu esplendor.

23 Eu te agradeço e te louvo, ó Elah, Deus dos meus pais, tu me concedeste sabedoria e poder, e me revelaste o que te pedimos, revelaste-nos o preocupante sonho do rei!”

24 Então Daniel foi falar com Arioque, ao qual o rei tinha constituído para matar os sábios da Babilônia e rogou-lhe: “Não mates os sábios da Babilônia! Leva-me, pois, à presença do rei, e eu interpretarei para ele o sonho que teve!”

25 Naquele mesmo momento Arioque levou Daniel ao rei e relatou: “Encontrei entre os exilados de Judá um homem que esclarecerá ao rei o significado do seu sonho!”

26 Então o rei indagou a Daniel: “Podes tu revelar-me o sonho que tive e sua correta interpretação?”

27 E, na presença do rei, Daniel respondeu: “O mistério que o rei exigiu que devesse ser desvendado, nem sábios, adivinhos, magos, astrólogos ou místicos lhe podem revelar;

28 contudo, existe um Deus nos céus capaz de revelar todos os mistérios. Foi Elah, Deus, que mostrou ao rei Nabucodonosor o que acontecerá nos últimos dias. O sonho e as visões que passaram por tua mente quando estavas deitado foram assim:

29 Ó rei, quando estavas repousando em tua cama, começastes a meditar sobre o futuro. Então, Aquele que revela os mistérios te mostrou tudo quanto ocorrerá nos tempos vindouros.

30 E a mim foi esclarecido este mistério, não por ter eu mais sabedoria entre todos os que vivem na terra, mas para que tu, ó rei, saibas a correta interpretação e compreendas todos os pensamentos que passaram pelo teu coração.

31 Ó rei, eis que tu olhaste e viste diante de ti uma grande estátua. E, em tua visão, esta estátua era enorme e impressionante; estava em pé diante de ti, e tinha uma aparência terrível.

32 A cabeça da estátua era feita de ouro puro, o peito e o braço eram de prata, o ventre e os quadris eram de bronze,

33 as pernas eram de ferro, e os pés eram em parte de ferro e em parte de barro.

34 Enquanto estavas contemplando toda a estátua, uma pedra soltou-se, sem auxílio de mãos, atingiu a estátua nos pés de ferro e de barro e os destroçou.

35 Então o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro vieram abaixo, despedaçados; viraram pó, como o pó que se vê na eira, quando no verão se bate o trigo no terreno para separá-lo da palha. E o vento carregou todos os destroços sem deixar vestígio. Entretanto, a pedra que atingiu a estátua tornou-se uma montanha e encheu a terra toda.

36 Foi esse o sonho que tiveste, e agora, nós o interpretaremos para o rei.

37 Ó rei, tu és rei de reis, a quem o Deus do céu tem dado o reino, o poder, a força e a glória;

38 e em cuja mão ele entregou os homens de todas as nações, onde quer que habitem, os animais e as aves do céu, e te fez reinar sobre todos eles; tu és, portanto, a cabeça de ouro!

39 Mas, depois de ti, se levantará outro reino, inferior ao teu; e um terceiro reino, feito de bronze, o qual terá domínio sobre toda a terra.

40 E haverá um quarto e último reino, este, forte como o ferro, pois o ferro tem o poder de quebrar e esmigalhar tudo; e assim como o ferro despedaça tudo, também ele destruirá e reduzirá a pedaços todos os reinos do mundo.

41 Como viste, os pés e os dedos eram em parte de barro e em parte de ferro. Isso quer dizer que esse será um reino dividido, mas mesmo assim terá um pouco da força do ferro, embora tenhas observado ferro misturado ao barro lamacento.

42 Assim como os dedos eram em parte de ferro e em parte de barro, também esse reino será em parte forte e em parte frágil.

43 E, como viste, o ferro estava misturado à lama. Isso significa que se buscarão fazer alianças políticas por intermédio de casamentos, mas a união decorrente dessas alianças e acordos não se firmará, do mesmo modo que o ferro não consegue se misturar com o barro.

44 No entanto, na época do governo desses reis, Elah, o Deus dos céus, estabelecerá um novo reino que nunca será destruído e que também não será dominado por nenhum outro povo. A soberania desse reino jamais será transferida a nenhum outro povo. Todavia, esse novo reino destruirá e exterminará todos esses outros reinos, e subsistirá para todo o sempre.

45 Portanto, esse é o significado da visão da pedra que soltou de uma montanha, sem o auxilio de mãos, pedra que, mediante um só golpe, fez em pedaços o ferro, o bronze, o barro, a prata e o ouro. Deste modo, Elah, o Deus poderoso mostrou ao rei o que acontecerá no futuro. O sonho é verdadeiro, faz sentido e a interpretação é absolutamente fiel!”

46 Assim que acabou de ouvir essa revelação, o rei ajoelhou-se e com o rosto rente ao chão, reverenciou Daniel, e ordenou que trouxessem imediatamente uma oferta de cereais e incenso.

47 Em seguida, o rei dirigiu-se a Daniel e declarou: “Verdadeiramente, o vosso Deus é Elah, o Deus dos deuses, o Senhor dos reis, e o revelador de todos os mistérios, pois foste capaz de interpretar o mistério destas minhas visões!”

48 Então o rei exaltou Daniel e lhe deu muitos e valiosos presentes, e o designou governador de toda a província da Babilônia, e também o fez chefe principal de todos os sábios da Babilônia.

49 Além disso, a pedido de Daniel, o rei nomeou Sadraque, Mesaque e Abede-Nego administradores da província da Babilônia, enquanto o próprio Daniel permanecia na corte do rei.

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