Sofonias 3

Exposição de G. Campbell Morgan sobre a Bíblia inteira

Sofonias 3:1-20

1 Ai da cidade rebelde, impura e opressora!

2 Não ouve a ninguém, e não aceita correção. Não confia no Senhor, não se aproxima do seu Deus.

3 No meio dela os seus líderes são leões que rugem. Seus juízes são lobos vespertinos que nada deixam para a manhã seguinte.

4 Seus profetas são irresponsáveis, são homens traiçoeiros. Seus sacerdotes profanam o santuário e fazem violência à lei.

5 No meio dela está o Senhor, que é justo e jamais comete injustiça. A cada manhã ele ministra a sua justiça, e a cada novo dia ele não falha, mas o injusto não se envergonha da sua injustiça.

6 "Eliminei nações; suas fortificações estão devastadas. Deixei desertas as suas ruas. Suas cidades estão destruídas; ninguém foi deixado; ninguém!

7 Eu disse à cidade: Com certeza você me temerá e aceitará correção! Pois, então, a sua habitação não seria eliminada, nem cairiam sobre ela todos os meus castigos. Mas eles ainda estavam ávidos por fazer todo tipo de maldade.

8 Por isso, esperem por mim, " declara o Senhor, "no dia em que eu me levantar para testemunhar. Decidi ajuntar as nações, reunir os reinos e derramar a minha ira sobre eles, toda a minha impetuosa indignação. O mundo inteiro será consumido pelo fogo da minha zelosa ira.

9 "Então purificarei os lábios dos povos, para que todos eles invoquem o nome do Senhor e o sirvam de comum acordo.

10 Desde além dos rios da Etiópia os meus adoradores, o meu povo disperso, me trará ofertas.

11 Naquele dia vocês não serão envergonhados pelos seus atos de rebelião, porque retirarei desta cidade os que se regozijam em seu orgulho. Nunca mais vocês serão altivos no meu santo monte.

12 Mas deixarei no meio da cidade os mansos e humildes, que se refugiarão no nome do Senhor.

13 O remanescente de Israel não cometerá injustiças; eles não mentirão, nem se achará engano em suas bocas. Eles se alimentarão e descansarão, sem que ninguém os amedronte. "

14 Cante, ó cidade de Sião; exulte, ó Israel! Alegre-se, regozije-se de todo o coração, ó cidade de Jerusalém!

15 O Senhor anulou a sentença contra você, ele fez retroceder os seus inimigos. O Senhor, o Rei de Israel, está em seu meio; nunca mais você temerá perigo algum.

16 Naquele dia se dirá a Jerusalém: "Não tema, ó Sião; não deixe suas mãos enfraquecerem.

17 O Senhor, o seu Deus, está em seu meio, poderoso para salvar. Ele se regozijará em você, com o seu amor a renovará, ele se regozijará em você com brados de alegria".

18 "Eu ajuntarei os que choram pelas festas fixas, os que se afastaram de vocês, para que isso não mais pese como vergonha.

19 Nessa época agirei contra todos os que oprimiram vocês; salvarei os aleijados e ajuntarei os dispersos. Darei a eles louvor e honra em todas as terras onde foram envergonhados.

20 Naquele tempo eu ajuntarei vocês; naquele tempo os trarei para casa. Eu lhes darei honra e louvor entre todos os povos da terra, quando eu restaurar a sua sorte diante dos seus próprios olhos", diz o Senhor.

Neste capítulo, o profeta expôs ainda mais claramente o pecado do povo e falou da desesperança do caso do ponto de vista humano. Isso lhe deu a oportunidade de anunciar a vitória de Deus, que, apesar do fracasso total de Seu povo, acabaria por cumprir o propósito de Seu amor por eles.

O discurso começou com uma declaração de pesar contra Jerusalém, que o profeta descreveu como rebelde, poluída e opressora. Diante desse desespero total, o profeta clamou: "Esperai por mim, diz Jeová." Este foi o primeiro vislumbre de esperança. A própria desesperança e pecado do povo tornavam a ação divina necessária, e a ação seria o julgamento. O julgamento, entretanto, seria apenas o prelúdio, pois assim que o profeta declarou que era inevitável, ele passou a descrever a restauração final.

A partir deste ponto, a profecia é claramente messiânica. Sofonias não deu nenhuma imagem do Servo sofredor, nem qualquer dica de Seu método. Ele lidou apenas com o resultado final.

Ele então se dirigiu ao restante, ordenando-lhes que cantassem e se alegrassem porque seu inimigo seria expulso e seu verdadeiro Rei Jeová seria estabelecido no meio deles. Em seguida, ele os chamou para a verdadeira coragem e para o serviço.

A profecia atinge seu nível mais alto quando Sofonias descreve a atitude de Deus em linguagem poética sob a figura da maternidade. Jeová no meio de Seu povo se regozijará, e do silêncio do amor prosseguirá com a canção de Sua própria satisfação.